segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A voz do Papa: EVANGELLI GAUDIUM

Não a uma economia da exclusão
Assim como o mandamento "não matar" põe um limite para assegurar o valor da vida humana, assim também hoje devemos dizer "não a uma economia da exclusão e da desigualdade social". Esta economia mata. Isto é exclusão. Isto é desigualdade social. Hoje, tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco. O ser humano é considerado, como um bem de consumo que se pode usar e depois laçar fora. Assim teve início a cultura do "descartável". Os excluídos não são "explorados", mas resíduos, "sobras".
Os excluídos continuam a esperar. Desenvolveu-se uma globalização da indiferença, tornamo-nos incapazes de nos compadecer ao ouvir os clamores alheios. A cultura do bem-estar anestesia-nos, a ponto de perdermos a serenidade se o mercado oferece algo que ainda não compramos, enquanto todas estas vidas ceifadas por falta de possibilidades nos parecem um mero espetáculo que não os incomoda de forma alguma.
A narrativa da criação termina com a a declaração de que Deus olhando para tudo o que criara viu que tudo "era bom". Onde está, pois, a bondade da criação? O pecado imprimiu no coração humano um desejo, quase incontrolável, por poder, ter e ser; "ser como deuses"; é isso que leva o homem à exploração de seus semelhantes. Até quando fecharemos os olhos? Até quando nos permitiremos explorar em vista de um "bem-estar" passageiro?
As palavras do Papa não são para os outros, são para todos. No dia a dia, quantas vezes, ainda que por pequenas coisas, exploramos os outros, com nossas mentirinhas, com nossas omissões...? Existem inúmeras formas de exploração e não pode estar vivendo a vontade de Deus quem assim vive!

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